569
IBRACON Structures and Materials Journal • 2012 • vol. 5 • nº 5
S. S. Araújo | G. N. Guimarães | A. L. B. Geyer
o uso no ensaio de módulo de elasticidade e na Equação 1. O
valor da tensão de ruptura considerada foi a média da resistência
à compressão dos 10 corpos de prova.
Para os ensaios de módulo de elasticidade foram moldados 10
corpos de prova para cada tipo de medidor de deformação (4
medidores diferentes), para cada tipo de concreto (classes C30 e
C60) e dimensão de corpo de prova (100 mm x 200 mm e 150 mm
x 300 mm) totalizado 160 (10x4x2x2) corpos de prova. Os ensaios
utilizando os medidores compressômetro mecânico e extensô-
metro elétrico de colagem superficial foram realizados no mesmo
corpo de prova simultaneamente e por isso não foram utilizados
todos os corpos de prova. Isso foi possível, pois durante o ensaio,
a leitura analógica dos valores indicados pelo compressômetro
mecânico é realizada manualmente (leitura visual) pelo operador
e, utilizando o extensômetro elétrico de colagem superficial, a lei-
tura é digital e computadorizada.
Todos os ensaios foram realizados com o corpo de prova na idade
de 28 dias. O ensaio de módulo é não destrutivo e o corpo de pro-
va foi então levado à ruptura para se obter o valor da resistência
à compressão. O objetivo de levar o corpo de prova já ensaiado
até a ruptura é verificar a homogeneidade do concreto e permitir
o controle estatístico. Porém, estes valores da resistência à com-
pressão não foram utilizados na equação 1, mas sim os valores
obtidos nos ensaios de resistência mencionados acima.
Os corpos de prova foram moldados e armazenados de acordo
com instruções da ABNT NBR 5738:2008 [1], seguindo as orien-
tações da ABNT NBR 5739:2007 [2]. Para reduzir a influência da
umidade dos corpos de prova, eles foram desmoldados 24 horas
após a concretagem, identificados e armazenados em tanques de
armazenamento por 28 dias. Vencido este prazo de armazena-
mento, os corpos de prova foram retirados do tanque de arma-
zenamento e estocados à umidade e temperatura ambiente. Em
todos os corpos de prova foi utilizado capeamento com enxofre.
Os corpos de prova foram ensaiados em réplicas (com 10 unida-
des por situação de estudo) e aleatorizados, antes da execução
do ensaio de módulo estático de elasticidade. Essa aleatorização
permite minimizar os efeitos de variáveis que não foram ou não
puderam ser consideradas no experimento, tais como: processo
de moldagem do corpo de prova, distribuição dos agregados no
concreto, montagem do instrumento de medição, entre outros.
Além disso, caso exista algum mecanismo de dependência entre
os resultados de experimentos subseqüentes, a aleatorização da
execução dos experimentos permite que essa dependência seja
diluída entre todas as situações de estudo e, assim, não privilegie
uma ou outra situação.
Aplicou-se a técnica de análise estatística de variância (ANOVA),
contido no software Statsoft Statistica 7
®
, para os resultados das
amostras de concreto Classe C30 e de concreto Classe C60, se-
paradamente e em conjunto. A metodologia do teste consiste na
aplicação do Teste de Fisher. A análise indicou que os resultados
deveriam ser analisados em conjunto para que sejam estatistica-
mente significativos.
3. Apresentação e discussão
dos resultados
Primeiramente, para a verificação da homogeneidade do concreto
utilizado, foram analisados os resultados de resistência à com-
pressão dos corpos de prova que foram levados à ruptura após a
execução do ensaio de módulo de elasticidade. Esses resultados
Tabela � � Traço do concreto de f = 60 MPa
c
Proporção dos materiais por m³ de concreto
Proporcionalidade do traço (1:1,92:2,58)
Relação a/c = 0,42
Materiais
Concreto convencional vibrado (CCV)
Quantidade por m³
Cimento CP V ARI
398 kg
Areia artificial
765 kg
Brita 1 (19 mm)
1028 kg
Água
167 kg
Aditivo polifuncional
2,79 kg (0,7% da massa do cimento)
Aditivo superplastificante
1,59 kg (0,4% da massa do cimento)
Adição de sílica ativa
31,87 kg (como substituição
de 8% da massa do cimento)
Propriedades do
concreto fresco:
Consistência
120 mm
Ar incorporado
1,5 %