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IBRACON Structures and Materials Journal • 2013 • vol. 6 • nº 2
A. ARAUJO | Z. PANOSSIAN
|
Z. LOURENÇO
Em estruturas atmosféricas em que há indícios de corrosão, nas
quais o potencial da armadura é mais negativo que -200 mV
(ECSC), a corrente de proteção a ser adotada deve ser tal que,
no local mais anódico em cada área de 50 m
2
, o potencial da po-
larização catódica real seja de, no mínimo, 100 mV. Em obras in-
tegras ou pouco contaminadas com cloreto, com potenciais mais
positivos do que -200 mV (ECSC), não há necessidade de adoção
deste valor limite mínimo de polarização (NACE RP0209 [2]).
A Figura 3, elaborada por Raupach e Bruns [8], ilustra a aplicação
do critério de 100 mV de polarização catódica real. Pela Figura
3, observa-se que, quando a armadura não está protegida, esta
assume um potencial natural (
E
corr
na Figure 3). Quando a prote-
ção catódica é aplicada, o potencial da armadura muda na direção
catódica, assumindo o valor
CP
on da Figura 3. Com a posterior
desativação da corrente de proteção ou a desconecção do ano-
do no caso de proteção galvânica, há um decaimento brusco do
potencial que é atribuído à interferência da resistência do meio
(queda ôhmica) no potencial. O valor do potencial após este de-
caimento é denominado Potencial
instant off
(
CP
off da Figura 3)
e também conhecido como “real” potencial
IR-Free
por causa do
aumento brusco do potencial resultante do potencial de decaimen-
to devido à resistividade do meio. Em seguida, o potencial tende
a assumir assintomaticamente um valor constante, denominado
E
natural
(Figura 3).
O valor obsoluto da diferença entre esse potencial natural e o po-
tencial
Instant off
(
E
natural
–
E
CP off
) é o valor “real” da despolariza-
ção da interface aço/concreto, devendo este ser igual ou maior
que 100 mV para ser atendido a mencionado critério de 100 mV.
Caso o valor de despolarização em um determinado sistema de
proteção catódica seja menor que 100 mV, uma maior corrente de
proteção catódica deve ser imposta.
Segundo Bennet e Turk [9] e Pedeferri [5], o tempo de decaímen-
to mencionado de 4 h é o padrão. No entanto, este tempo pode
ser insuficiente para atingir a estabilização do potencial. Nesses
casos, tempos maiores podem ser adotados, chegando a 24 h
(Pedeferri [5]). Cita-se que a estabilização do potencial depende
da disponibilidade de oxigênio e não da eficiência da proteção ca-
acima mencionados e o estado de deterioração das armadu-
ras e o grau de contaminação do concreto;
n
obras com corrosão induzida por carbonatação
: o concreto
tem seu pH diminuído, tendo-se perda generalizada do esta-
do de passivação da armadura. Nessas condições, a proteção
catódica consiste em aplicar ao sistema um valor de potencial
abaixo do potencial de corrosão do sistema, porém acima do
potencial de equilíbrio do ferro. Como resultado, ter-se-á uma
diminuição da taxa de corrosão.
Na prática, não é necessário o conhecimento de
E
p
e
E
prot
para a
aplicação de proteção catódica. Existem critérios empíricos larga-
mente aceitos, incluindo o critério de 100 mV de despolarização
(NACE RP0209 [2]).
Figura 3 – Curva típica de decaimento de potencial
após o desligamento da corrente
de proteção (Raupach e Bruns [8])
A
B
Figura 4 – Aplicação da malha de titânio ativado. Fixação da malha à superfície do concreto (a).
Aplicação da argamassa de cobrimento por projeção (b)