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IBRACON Structures and Materials Journal • 2012 • vol. 5 • nº 3
Probe penetration test applied for evaluating shotcrete compressive strength
foram realizados num período compreendido entre 40 e 50 dias
após a projeção dos últimos 100,0m do revestimento.
As seções do túnel foram avaliadas em diferente direções, pois
existe a possibilidade de variação da energia de compactação do
concreto em função do ângulo e distância de projeção. Em condi-
ções ideias, o concreto deveria ser projetado perpendicularmente
à estrutura, contudo em trecos como, por exemplo, o teto do túnel,
existem dificuldades técnicas que podem resultar na variação do
ângulo de projeção. Entretanto, para uma mesma mistura projeta-
da, resultados experimentais indicam que tal variação não prejudica
a correlação entre o ensaio de penetração de pinos mas apenas a
resistência do concreto, [20]. Dessa forma, a utilização de um ângu-
lo de 60º na projeção das placas de concreto utilizadas na definição
da curva de correlação do ensaio, discutida no item 3.1.1, não apre-
senta influência significativa na correlação do ensaio.
Em geral, as seções foram demarcadas a cada 5,0m ou 10,0m ao
longo do comprimento do túnel. Para cada uma das regiões, três
ensaios foram efetuados, resultando num total de nove tiros por
seção. Ao todo seiscentos e dez testes foram realizados ao longo
dos quatrocentos e cinquenta metros de comprimento do tunel até
então executados. Mais especificamente, duzentos e trinta e cinco
testes em cada uma das faces laterais e cento e quarenta testes
no topo. A quantidade reduzida de ensaios realizados no topo do
túnel deve-se a dificuldades encontradas em alcançar o topo do
túnel e realizar a leitura do comprimento exposto do pino.
4. Resultados e discussão dos resultados
4.1 Etapa 1: Determinação da curva de correlação
do ensaio de penetração de pino
Nesta etapa da pesquisa, duas placas de concreto projetado fo-
ram testadas. Os resultados obtidos no ensaio de penetração de
pino são listados na Tabela 3. É importante mencionar que os re-
sultados considerados espúrios foram retirados da amostra para a
confecção da curva de correlação.
A avaliação do coeficiente de variação médio do ensaio, determi-
nado através dos valores de média e desvio-padrão apresentados
na Tabela 3 e das equações (7) e (8), resulta em um coefiente de
variação médio, CV
m
, igual à 7,1%. Este valor é compatível com
o valor obtido no estudo da variabilidade do ensaio e utilizado na
definição do número de ensaios a serem realizados nesta etapa
conforme exposto no item 2.1.1.
Tabela 4 –Resultados do ensaio de resistência à compressão dos testemunhos extraídos das placas
Placa Testemunho
Resistência à
compressão,
[MPa]
h/d
Fator de
correção
Resistência à
compressão
corrigida, [MPa]
Resistência à
compressão
majorada, [MPa]
Média da
resistência à
compressão
majorada, [MPa]
Idade,
[dias]
1
1-1
18,3
2,13
1,00
18,3
20,1
20,6
13
2-1
19,2
2,12
1,00
19,2
21,1
13
3-1
20,3
1,87
0,99
20,1
22,1
24,3
36
4-1
25,0
1,58
0,97
24,1
26,5
36
2
1-2
8,7
1,39
0,95
8,2
9,0
9,4
13
2-2
9,2
1,44
0,95
8,8
9,7
13
3-2
15,4
1,42
0,95
14,7
16,1
17,8
36
4-2
18,8
1,37
0,94
17,7
19,5
36
Figura 7 – Curva de correlação:
comprimento exposto do
pino × resistência à compressão