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IBRACON Structures and Materials Journal • 2012 • vol. 5 • nº 3
M. R. GARCEZ | G. L. C. P. SILVA FILHO | URS MEIER
mostrado esquematicamente na Figura [02], foi desenvolvido. O
equipamento de protensão consiste de duas rodas metálicas que
são conectadas por uma barra de comprimento adequado à exe-
cução do reforço, como mostra a Figura [02] (a).
O laminado (1) é enrolado nas rodas metálicas (2) e preso nas
duas extremidades (3), como mostra a Figura [02] (b). O la-
minado pode ser protendido pela rotação (4a) ou pelo afasta-
mento (4b) das rodas metálicas. Como pode ser observado na
Figura [02] (a), o equipamento de protensão fica fixado à viga
até a cura completa do adesivo. Durante a cura do adesivo, o
laminado é mantido em contato com a viga através de um col-
chão de ar (5) posicionado entre o laminado e a barra metálica
que une as duas rodas metálicas do equipamento de protensão
(Stoecklin e Meier [12]).
Em uma nova versão do equipamento, desenvolvida recentemente
por Stoecklin e Meier [12], a barra de conexão entre as duas rodas
foi retirada e decidiu-se que o equipamento que contém as rodas
metálicas seria fixado diretamente ao elemento a ser reforçado,
como pode ser observado na Figura [03]. Neste caso, a protensão é
realizada por reação contra a viga que receberá o reforço.
Para solucionar problemas de ancoragem nas extremidades do
PRF, os autores sugerem que a força de protensão pode ser redu-
zida gradualmente, a partir do centro do vão, alcançando valores
mínimos nas duas extremidades da viga.
Como descrito por Meier et al. [13], o sistema de ancoragem gra-
dual é obtido, primeiramente, pela colagem do PRF, protendido ao
seu nível máximo, na região central do vão da viga. Desta forma,
após a cura do PRF da parte central da viga, a força de protensão
é ligeiramente aliviada e mais duas seções de PRF são coladas,
uma de cada lado do PRF colado anteriormente, com um nível de
protensão menor.
Este processo é repetido até que todo o PRF esteja colado na
viga. Assim, nas extremidades do PRF, o nível de protensão apli-
cado é muito baixo ou próximo de zero, como mostra a Figura [04].
Em todas as etapas, a cura do adesivo é acelerada com o auxílio
de um sistema de aquecimento. Como comprovado pelos autores,
a aplicação do sistema de ancoragem gradual pode, eventualmen-
te, dispensar outros sistemas de ancoragem.
No processo para aplicação de laminados protendidos desenvol-
vido por Stoecklin e Meier [12] os laminados são protendidos an-
do a capacidade última dos elementos reforçados. Deuring [11]
mostrou, através de resultados experimentais, que níveis de pro-
tensão de 50% a 75% da resistência à tração do PRF reduzem a
resistência das vigas reforçadas, uma vez que provocam rupturas
prematuras no PRF devido à reduzida capacidade de deformação
que resta aos PRF após a aplicação da protensão.
Cabe lembrar que, quando os reforços são protendidos, o módu-
lo de elasticidade do PRF é de fundamental importância, já que
esses laminados precisam ser mais rígidos para suportar uma
quantidade significativa de carga que antes era suportada somen-
te pela armadura interna (El-Hacha, [5]).
2.3 Método de protensão desenvolvido
por Stoecklin e Meier [12]
Stoecklin e Meier [12] desenvolveram um método protensão para
laminados de PRF, desenvolvido no EMPA, na Suíça, que foi pa-
tenteado. Neste método, a protensão no laminado é aplicada por
um equipamento, desenvolvido pelos autores, que é fixado na
própria viga. Primeiro, é realizada a protensão do laminado e, em
seguida, o laminado é posicionado na viga que receberá o refor-
ço. Como as operações para prender e protender os laminados
são relativamente complicadas, devido à anisotropia do PRFC, um
equipamento especial para realização da protensão do laminado,
Figura 2 – Equipamento de protensão
desenvolvido por Stoecklin & Meier [12]:
(a) Posicionamento do equipamento
na viga; (b) Formas de protender o PRF
A
B
Figura 3 – Nova versão do equipamento de
protensão desenvolvido por Stoecklin & Meier [12]
Figura 4 – Sistema de ancoragem
gradual [Stoecklin & Meier [12]]