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IBRACON Structures and Materials Journal • 2012 • vol. 5 • nº 5
E. RIZZATTI | H. R. ROMAN
|
G. MOHAMAD | E.Y. NAKANISHI
paredes estruturais e, por isso, realizaram estudos analíticos por
meio do método de elementos finitos sobre o comportamento da
alvenaria de blocos de concreto, considerando a influência das
diferentes geometrias, arranjos e propriedades das argamassas.
GANESAN e RAMAMURTHY [11] propuseram a utiliza
ção de
blo-
cos com três tipos de geometrias, sendo que um deles com um
duplo septo central, ou seja, a espessura da parede transversal
interna era igual ao dobro da lateral mais a espessura da junta,
conseguindo-se assim o alinhamento dos furos e tornando o con-
junto mais eficiente. Foram modelados prismas de três (3) fiadas
com juntas a prumo e amarrada, com três geometrias de blocos
de concreto, sendo estes: blocos com três furos; dois furos com
dimensões padrões e dois furos em que a espessura do septo
intermediário é igual a duas vezes a espessura da parede mais 10
mm (estruturalmente mais eficiente pela sobreposição dos sep-
tos nas fiadas). Na alvenaria foram empregadas quatro tipos de
argamassas de forma a atender a proporção entre o módulo de
elasticidade do bloco (
E
b
) em relação à argamassa (
E
a
) de 1; 1,5;
2,0 e 2,8, sendo constante o
E
b
. Com a constância na proporção
de rigidez entre
E
b
/
E
a
, se verificou a influência da argamassa e
do modo de ruptura na alvenaria. No modelo foi empregado um
comportamento elástico-linear heterogêneo, utilizando elementos
sólidos de oito (8) nós para a determina
ção
das tensões nas faces
e nos septos dos blocos. Os autores salientaram que
não houve
mudanças nas
proporç
ões
entre as áreas líquidas e brutas dos blo-
cos estudados.
Os resultados obtidos pelos pesquisadores indicaram que os blo-
cos de três furos na vertical produziram níveis e distribuições de
tensões superiores aos de dois furos, sendo que na região próxi-
ma ao centro do prisma as tensões permaneceram constantes.
Com relação aos septos, a diferença de comportamento entre os
três tipos de blocos analisados foi mais evidente, quando estes
são assentados com a junta amarrada. As tensões de compres-
são foram maiores em blocos convencionais de dois furos do que
nos estruturalmente eficientes (com septo intermediário com o
dobro da espessura da parede lateral mais a espessura da jun-
ta de argamassa). Como conclusão dos estudos de GANESAN e
RAMAMURTHY [11] sobre o comportamento mecânico das alve-
narias, pode-se destacar que a geometria do bloco influenciou nas
tensões que se desenvolveram, tanto na sua distribuição, quanto
na sua magnitude. Também, que a argamassa não influenciou di-
retamente no comportamento da alvenaria de blocos e o uso de
prismas com juntas a prumo superestima a resistência da alve-
naria. Outra importante conclusão foi de que o fator de eficiência
variou com o formato geométrico do bloco de concreto e do tipo
de assentamento. Os autores verificaram que, para algumas geo-
metrias de blocos e tipos de assentamento de argamassa, apare-
cem concentrações de tensões que reduzem a resistência à com-
pressão da alvenaria. A Figura 07 mostra os tipos de blocos de
concreto estudados, as resistências dos mesmos e das paredes,
juntamente com os fatores de eficiência. Os blocos do tipo A foram
assentados com argamassas apenas nas faces (longitudinal) e os
demais foram argamassados nas faces e septos (transversal).
3.3 Influência da resistência da argamassa
na alvenaria
O desenvolvimento de unidades (blocos) de maiores capacidades
à
compressão exige
, da junta de argamassa, um aumento de resistência
proporcional, devido ao mecanismo de ruptura da alvenaria estar in-
timamente ligada
à
interação entre os componentes, como mostra a
Figura 08. Vários estudos foram realizados no Brasil para verificar a
influência da argamassa, onde se destacam os realizados por GO-
MES [7]. O autor concluiu que a resistência da argamassa deve se
situar entre 0,7 a 1,0 vezes a resistência do bloco medida na área
bruta e, cita que ao utilizar as argamassas de resistências à com-
�igura � � �esultados de resistência do bloco, argamassa, graute e prismas grauteados
e não-grauteados (MENDES [8])