Page 187 - Riem-Vol5_nº5

Basic HTML Version

735
IBRACON Structures and Materials Journal • 2012 • vol. 5 • nº 5
E. RIZZATTI | H. R. ROMAN
|
G. MOHAMAD | E.Y. NAKANISHI
geométrico dos blocos. A
“Constante de Ritter”
é dada pela re-
lação entre o módulo de elasticidade tangente inicial (
E
parede
) e
a resistência à compressão (
f
parede
), conforme a Equação (02).
(2)
E
wall
=
k. F
wall
A Tabela 10 apresenta os resultados médios do módulo de elasti-
cidade tangente inicial das paredes construídas com traço de ar-
gamassa I, obtido para um nível de tensão da ordem de 30% da
resistência à compressão. Pelos valores das medidas de tensão
e deformação inicial, se observou diferenças nas características
do módulo de elasticidade das paredes em função da geometria
do bloco, principalmente para os blocos do tipo B e C. Essa dife-
rença entre o bloco B e C foi de 1,8 vezes. Não se acredita que
essa diferença seja devido ao formato geométrico do bloco e, sim,
pelo nível de tensão lateral confinante desenvolvido na argamas-
sa, provocada pelos diferentes atritos entre a superfície do bloco
e a junta de argamassa. Para este nível de tensão, a junta de ar-
gamassa é a principal responsável pelas deformações na parede.
Calculou-se, também, a “Constante de Ritter”. Onde este valor foi
menor do que o especificado nas normas nacionais e internacio-
nais como NBR 15812-1 [20], cuja constante é de 600 e ES 6
[21], onde o valor da constante recomendada é de 1000. Fato este
pode estar relacionado ao grau de adensamento da argamassa no
momento do assentamento das unidades, conforme ABBOUD [2]
e CAMACHO [5].
5. Conclusões
De acordo com os resultados pode-se concluir que:
n
O bloco com duplo septo central foram os que apresentaram
melhor desempenho à compressão na parede em relação aos
demais. Essa conclusão é possível pela verificação do fator de
eficiência do conjunto (bloco e argamassa);
n
Em função da sobreposição dos septos e das paredes longi-
tudinais e transversais dos blocos, os ensaios de compres-
são em prismas, com blocos justapostos e com a presença
do meio bloco na fiada intermediária, não foram adequados
para verificar a influência da geometria na resistência. Para
os casos analisados experimentalmente, o fator de eficiência
variou de forma aleatória de 0,35 à 0,47, sem demonstrar um
comportamento igual para os mesmos formatos de furos;
n
Não houve diferença significativa na resistência da parede
provocada pelo aumento da resistência da argamassa, prova-
velmete a redução na escala diminui esta influência;
n
Pelos resultados de resistência e os correspondentes fatores
de eficiência, verificou-se que ocorreu uma diminuição signifi-
cativa no potencial resistente entre os prismas e as paredes;
n
Os prismas de três blocos com uma fiada intermediária com
dois meios-blocos não produziu fatores de eficiência menores
em relação aos prismas com três blocos inteiros;
n
Os blocos com o formato geométrico D proporcionaram uma
distribuição de tensões de tração mais uniforme em relação
aos demais formatos geométricos, devido a coincidência entre
os septos das paredes transversais do bloco;
n
Pelos resultados entre o módulo de deformação pela resistên-
cia à compressão (
“constante de ritter”
) observou-se que na
escala reduzida os valores foram significativamente menores,
fator este proporcionado ao grau de adensamento da arga-
massa no momento do assentamento das unidades.
n
O modo de ruptura dos prismas e paredes em escala reduzida
foram semelhantes ao encontrado na literatura retratada neste
trabalho, ou seja, com isso pode-se afirmar que o estudo em
modelos reduzidos tem capacidade de reproduzir os ensaios
em escala real, sendo uma alternativa eficiente para viabili-
zar os ensaios de tamanhos maiores. O modo de ruptura dos
prismas e paredes foram por esmagamento da junta de arga-
massa de assentamento e, o posteriormente fendilhamento do
contato entre o bloco e a argamassa de assentamento.
6. Referências
[01] BRDE. Banco regional de desenvolvimento do extremo
sul. Cerâmica vermelha: informe setorial. Florianópolis,
SC, Dezembro, 1994, 14 P.
[02] ABBOUD, B. E.; HAMID, A.A.; HARRIS, H.G.
Small-Scale modeling of concrete block masonry
structures. ACI Structural Journal, Detroit, v.87, n.2,
p.145-155, mar/apr. 1990.
[03] VOGT, H. Consideration and investigation on the
basic principle of model tests in brickwork and
masonry structures. Garston: Building Research
Station, 1956. 30p.
[04] MOHR, G. A. Slender load bearing brickwork walls with
returns. Parkville: University of Melbourne/Civil
Engineering Department, 1970. Thesis (MESc)-
University of Melbourne, 1970.
[05] CAMACHO, J.S. Contribuição ao estudo de modelos
físicos reduzidos de alvenaria estrutural cerâmica.
Tese de doutorado, Universidade de São Paulo, 1995.
[06] NETO, J. A. do N. Estudo de painéis com abertura
constituídos por alvenaria estrutural de blocos. Tese
de doutorado, Escola de Engenharia de São Carlos,
Universidade de São Paulo, 2003.
[07] GOMES, N. S. A resistência das paredes de alvenaria.
Dissertação de mestrado, Escola politécnica da
universidade de São Paulo, 1974.
[08] MENDES, R. J. K. Resistência à compressão de
alvenarias de blocos cerâmicos estruturais. Dissertação
de mestrado. Programa de pós-graduação em
engenharia civil da Universidade Federal de Santa
Catarina. Florianópolis, SC, 1998, 185 P.
[09] ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS
TÉCNICAS. Blocos cerâmicos para alvenaria
estrutural – terminologia e requisitos. NBR 15270-2,
Rio de Janeiro, 2005.
[10] BRITISH STANDARD INSTITUTE. Structural use
of unreinforced masonry. BSI 5628-1, London, 1992.
[11] GANESAN, T. P., RAMAMURTHY, K. Behavior
of concrete hollow-block masonry prisms under axial
compression. Journal of Structural Engineering,
vol. 118, July, 1992.
[12] LINDNER, G. Uso de modelo reduzido para pesquisa
e desenvolvimento de blocos cerâmicos estruturais.