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IBRACON Structures and Materials Journal • 2012 • vol. 5 • nº 5
R. BARROS | J.S. GIONGO
o modelo de cálculo II resulta na mesma área de armadura
transversal que se obtém ao utilizar o modelo de cálculo I, po-
rém com menor capacidade resistente da biela.
n
Na comparação dos resultados de área de armadura do mo-
delo de cálculo II em relação ao Modelo de cálculo I, observa-
-se que a intensidade das ações pouco influencia no percen-
tual de redução da área de armadura transversal. Entretanto,
observa-se pequena variação nesse percentual em função da
classe do concreto considerada na etapa de projeto.
Em relação aos efeitos isolados da torção e aos efeitos combinados
de torção e força cortante, apresentam-se as seguintes conclusões:
n
Verifica-se que as parcelas relativas à diagonal comprimida
do concreto, V
Rd2
e T
Rd2
apresentam reduções equivalentes à
medida que o ângulo de inclinação da biela diminui, quando
comparadas com o ângulo de 45º.
n
Em relação às áreas das barras das armaduras transversal
e longitudinal oriundas da ação conjunta do momento torçor
e da força cortante, verifica-se que à medida que o ângulo
da biela diminui de 45º para 30º, ocorre redução da armadura
transversal de torção A
90
, aumento da armadura longitudinal
de torção A
sℓ
e redução da armadura transversal oriunda da
força cortante, A
sw
.
n
Quanto à distribuição percentual da área armadura transversal
total (A
90
e A
sw
), verifica-se redução no valor das áreas das
armaduras à medida que o ângulo θ da biela diminui. Para
ângulos de inclinação da biela próximos a 30º, essa redução
foi de aproximadamente 63% em relação à área total obtida
considerando o ângulo igual a 45º.
n
A respeito da distribuição percentual da área de armadura total
(A
90
, A
sw
e A
sℓ
), verifica-se aumento no valor final das áreas das
armaduras à medida que o ângulo θ da biela diminui, obtendo-
-se para ângulos θ próximos a 30º, aumento de aproximada-
mente 19% em relação à área total obtida quando da conside-
ração do ângulo θ igual a 45º.
n
Verifica-se que a utilização do modelo de cálculo I para força
cortante combinado com os efeitos do momento torçor conduz
a maior economia de aço quando comparadas ao modelo de
cálculo II.
Por fim, destaca-se que valores elevados para intensidade de for-
ça cortante ocorrem com freqüência em vigas de transição, e que
normalmente apresentam-se acompanhados de valores elevados
de momento fletor, o que pode comprometer o dimensionamento
das barras da armadura longitudinal da viga. Recomenda-se que,
para que uma viga apresente deformações no domínio 3, o valor
da força cortante solicitante de cálculo não ultrapasse 40% do va-
lor da capacidade resistente da biela de compressão.
6. Agradecimentos
Os autores agradecem ao Departamento de Engenharia de Es-
truturas da Escola de Engenharia de São Carlos, Universidade
de São Paulo, à CAPES e ao CNPq pela bolsa de doutorado do
primeiro autor.
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