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IBRACON Structures and Materials Journal • 2013 • vol. 6 • nº 1
P. M. LAZZARI | A. CAMPOS FILHO | F. P. S. L. GASTAL | R. A. BARBIERI | R. C. SCHWINGEL
gráfico da deformação de cada camada de armadura passiva e a
deformação limite recomendada pela norma francesa.
As figuras 38 e 39 mostram, respectivamente, os quadros de fissu-
ração do concreto referentes à norma brasileira e francesa. Para
cada lâmina de cada seção de cada elemento é indicado o com-
portamento estrutural do concreto, através dos valores 9, 2, 1, 0,
-1 e -2, como está apresentado na figura.
Neste segundo exemplo, a partir dos quadros de fissuração do
concreto, constatou-se que a maioria das seções encontra-se
ainda totalmente comprimida ao final da verificação de ELS. Ob-
servou-se que, tanto pela norma brasileira como pela francesa,
grande parte das fibras inferiores e das fibras centrais das seções
está comprimida (-1), diferentemente das fibras superiores, junto
aos apoios, que já apresentam fissuração (2). Na seção central,
entre as lâminas 1 e 5 (norma francesa), é verificada outra zona
de concreto fissurado (2), sendo que as camadas de armadura
passiva nesta zona ainda não estão tracionadas. Por este motivo,
a abertura de fissuras é determinada somente para o bordo supe-
rior nas regiões próximas às extremidades da viga, onde as arma-
duras passivas das camadas 4 e 6 encontram-se já tracionadas.
Na análise do ELS-W, referente à norma brasileira, das trinta e cinco
seções ao longo do elemento foram calculados os valores de aber-
tura de fissuras em seis seções localizadas nas extremidades da
viga (seções 1, 2 e 32 à 35). Ao final desta análise, verificou-se que
o valor máximo de abertura de fissuras encontrado, w
k
= 0,01016
mm, é inferior àquele estipulado pela norma brasileira (w
k,lim
= 0,2
mm), garantindo, assim, a segurança da peça quanto ao ELS-W.
Situação semelhante foi observada na verificação do estado limite
de serviço de deformação excessiva (ELS-DEF), onde se encon-
trou um valor provável de flecha igual a 0,004 cm, inferior à flecha
admissível (vão/250) de 5,17 cm. Conforme o projetista, esta viga
apresentou flecha praticamente nula após a aplicação do carre-
gamento total na obra, validando, assim, o resultado obtido do
modelo numérico. A figura 40 mostra o gráfico referente ao deslo-
camento transversal ao longo do vão da viga.
Em relação à normalização francesa, a partir da análise do gráfico
de deformações de cada camada de armadura passiva, observou-
-se que as camadas 4 e 6 apresentaram tensões de tração em 15
seções localizadas nas extremidade da viga. Nestas seções foi
feita a comparação da tensão de tração da camada de armadura
com a tensão limite. Como a deformação limite correspondente
é igual a 1,143‰, ou seja, valor próximo de 1,45 vezes superior
à deformação máxima obtida de 0,7866‰, é garantido, assim, o
desempenho da viga em relação ao ELS-W.
Figura 39 – Quadro de fissuração - norma francesa (combinação rara)
Figura 40 – Deslocamento transversal
ao longo do vão