528
IBRACON Structures and Materials Journal • 2012 • vol. 5 • nº 4
Self-compacting concretes (SCC) – comparison of methods of dosage
saio do módulo de elasticidade, assim foram definidas as mesmas
faixas de resistência à compressão para as comparações, bem
como a idade do ensaio aos 91 dias.
A Figura 10 ilustra as confrontações feitas para todos os méto-
dos de dosagem, relacionando a velocidade da onda de ultrassom
para uma mesma faixa de resistência aos 91 dias.
Como se pode constatar na Figura 10, o método que apresentou
resultado superior foi Repette-Melo (2005) [2]. É importante desta-
car que a diferença deste para o resultado encontrado no método
Tutikian & Dal Molin, 2007 [3] é pequena, sendo de 0,4%. Já a dife-
rença para o valor atingido em Nan Su
et al.
, 2001 [1] foi 8,3%maior.
Salienta-se que as diferença entre os valores encontrados por am-
bos os métodos para avaliar esta propriedade é muito pequena.
Com isso pode-se considerar que o método Tutikian & Dal Molin,
2007 [3] e Repette-Melo, 2005 [2] atingiram valores similares de
velocidade de propagação da onda ultrassônica.
4.2.5 Penetração de íons cloretos para uma mesma faixa
de resistência à compressão aos 91 dias
Por fim, a Figura 11 mostra os valores obtidos para todos os con-
cretos para a penetração dos íons cloretos.
Este ensaio foi realizado aos 28 dias, e, para manter a coerência
de comparação entre as propriedades do diagrama de desempe-
nho, foram mantidas as mesmas faixas de resistências à compres-
são escolhidas para os outros itens.
Com base nos dados apresentados na Figura 11, pode-se concluir
que o método Repette-Melo, 2005 [2] apresentou penetração de
íons cloretos 9,8% menor que o resultado alcançados por Tutikian
& Dal Molin, 2007 [3] e 17,4% mais baixo se comparado ao valor
atingido por Nan Su
et al.
, 2001 [1].
A quantidade de água em relação ao consumo de cimento na
mistura é um importante fator que influência na porosidade do
concreto o que consequentemente também influi diretamente na
penetração de íons cloretos. Com isso é importante ressaltar que
o método Repette-Melo, 2005 [2] proporcionou uma relação água/
cimento de 0,46, contra 0,51 encontrado em Tutikian & Dal Molin,
2007 [3] e 0,50 obtido em Nan Su
et al
., 2001 [1]. Estes resultados
foram alcançados fixando-se a resistência à compressão aos 91
dias em 48,8 MPa, atingida pelo experimento realizado com os
procedimentos de Nan Su
et al
., 2001 [1] e adequando esta as
equações de comportamento identificadas pelos métodos Tutikian
& Dal Molin, 2007 [3] e Repette-Melo, 2005 [2].
4.3 Aspectos não quantitativos relatados
na execução dos métodos de dosagem
Dentre os aspectos não quantitativos, observados durante os pro-
cedimentos para a obtenção do CAA, através dos métodos reali-
zados no programa experimental, observou-se que nos procedi-
mentos definidos por Nan Su
et al.
, 2001 [1] o cálculo do consumo
de cimento depende exclusivamente da resistência à compressão
requerida. No trabalho experimental, para a determinação da pro-
porção de cimento na mistura de CAA, estabeleceu-se que a re-
sistência à compressão aos 28 dias, de acordo com a fórmula,
seria 55 MPa, o que resultou em uma quantia de cimento cor-
respondente a resistência adotada. No entanto, pode-se verificar
que este processo não funcionou corretamente, pois para este
método atingiu-se como resistência à compressão aos 28 dias o
resultado de 44,8 MPa, 18,5% menor do que o valor definido na
fórmula empírica proposta. Sabe-se que existem diversos tipos de
cimento, de agregados, de aglomerantes e de aditivos que influem
na resistência final, e se for pretendido estabelecer uma equação
universal para o cálculo do consumo de cimento, certamente todas
estas variáveis deveriam ser incluídas.
Para a definicação da quantidade de aditivo, um importante fator
na composição de custo das mistura do CAA, o método Repette-
-Melo, 2005 [2], determina um proporcionamento primeiramente
na fase da pasta, um segundo passo na argamassa e por fim deve
ser feito o ajuste no concreto. Esses estudos iniciais, a fim de ob-
ter o máximo desempenho do aditivo na mistura, acabaram por
gerar um procedimento mais lento e trabalhoso para a dosagem
do concreto. Verificou-se, através dos outros métodos que estes
experimentos pouco afetam a quantidade do aditivo. Em Tutikian &
Dal Molin, 2007 [3], por exemplo, que não utiliza estes processos
para alcançar o consumo de superplastificante, obteve-se um per-
centual menor em 21% deste material na mistura, se comparado
ao atingido pelo método Repette-Melo, 2005 [2]. Com isso, pode-
se estabelecer que o conteúdo ideal e ótimo de aditivo depende
da interação de todos os elementos do traço, ou seja, cimento,
adições, areia e brita, e isso só é possível na fase do concreto.
O método Repette-Melo, 2005 [2] para determinar o percentual de
agregado graúdo propõe utilizar valores de 27% a 33% em relação
ao volume total de concreto. Um procedimento um tanto empírico,
uma vez que inicialmente o responsável pela dosagem terá 7 alter-
nativas para a escolha do volume de agregado graúdo na mistura,
o que gerou dúvida para a escolha, assim como ocorrido em Nan
Su
et al.
, 2001 [1] e adotou-se a percentagem intermediária.
5. Considerações finais
Neste trabalho, compararam-se tecnicamente e economicamente
as características de três métodos de dosagem para a execução de
CAA, com os mesmos materiais. Em vista dos objetivos propostos,
após a realização da parte laboratorial, pode-se concluir que:
n
A partir deste estudo, verificou-se que, para dosar CAA com
os agregados coletados na região sul do Brasil, o método que
apresentou menor custo e maiores resistências à compressão
nas idades de 7, 28 e 91 dias, foi o de Tutikian & Dal Molin,
2007 [3] e o que atingiu menor penetração de cloretos e maior
compacidade e módulo de elasticidade foi o de Repette-Melo,
2005 [2]. Nos ensaios realizados no estado fresco, todos os
métodos experimentados, obtiveram misturas que se enqua-
draram na classe de autoadensabilidade requerida;
n
Porém, ressalta-se que nas comparações realizadas entre os
métodos Repette-Melo, 2005 [2] e Tutikian & Dal Molin, 2007
[3], as características que envolvem a propagação da veloci-
dade de ultrassom atingiram valores muito próximos. Ou seja,
os resultados podem ser considerados idênticos, devido ao
número de CP’s analisados;
n
Quanto à verificação da trabalhabilidade, observa-se que os
valores atingidos para cada método de dosagem ensaiado po-
dem ser ajustados, desde que se utilize maior proporção de
aditivo superplastificante. Neste trabalho isto não foi realizado,
pois se fixou a quantia para atingir os valores da classe de
autoadensabilidade fixada.
Estas considerações servem apenas para os concretos dosados
neste trabalho com os materiais da região sul do Brasil determi-