Page 53 - vol5_n4

Basic HTML Version

466
IBRACON Structures and Materials Journal • 2012 • vol. 5 • nº 4
Effect of red mud addition on the corrosion parameters of reinforced concrete evaluated by
electrochemical methods
Este efeito pode ser explicado pela elevada concentração iônica
da lama vermelha que, com a diminuição da umidade, torna-se
mais acentuada e atuante em comparação às amostras de refe-
rência. Comportamento semelhante foi observado por WHITING
& NAGI [18].
As condutividades elétricas de íons em solução aquosa normal-
mente encontrados nos poros do concreto foram determinadas
por ADAMSON apud SHI [16] e estes valores são apresentados
na Tabela 3. Como se pode observar, os íons Na
+
, OH
-
, Ca
2+
e K
+
,
presentes na lama vermelha, têm elevada condutividade, contri-
buindo para uma menor resistividade do concreto na medida que
este perde umidade.
Outro fator a ser considerado é a maior porosidade do concreto
contendo lama vermelha, fator que influi consideravelmente para
uma menor resistividade.
Apesar de apresentar valores de resistividade elétrica inferiores
aos da amostra de referência, o concreto contendo lama vermelha
apresentou valores bastante superiores ao limite que considera
uma baixa probabilidade de corrosão (> 50 KΩ.cm). Logo, se a
presença da lama vermelha não dificulta a ocorrência da corrosão,
também não pode ser considerada prejudicial.
Outro fator positivo de análise é o fato dos corpos de prova com
presença da lama vermelha apresentarem maior resistividade em
ambiente úmido, situação mais propícia à corrosão. Infelizmente
não foram realizadas medidas em corpos de prova úmidos duran-
te todo o período, com o objetivo de se verificar se este comporta-
mento seria mantido.
4. Conclusões
Após a análise dos resultados apresentados, pode-se concluir que:
n
A resistividade elétrica é um bom indicativo da possibilidade
de penetração de íons cloreto. Assim, quanto maior a resistivi-
dade do concreto, menor a penetração de íons cloreto e, con-
seqüentemente, menor a probabilidade de ocorrer corrosão;
n
O grau de saturação (umidade) das amostras de concreto con-
tendo lama vermelha parece influenciar consideravelmente
nos resultados de resistividade elétrica;
n
Os corpos de prova de concreto com presença da lama ver-
melha apresentam maior resistividade em ambiente úmido,
situação mais propícia à corrosão;
n
Não é possível avaliar a evolução do processo corrosivo por
meio da técnica do potencial de corrosão, que nos indica ape-
nas quais as possibilidades de ocorrência da corrosão e, por
isso, deve ser utlizada como uma técnica complementar;
n
A amplitude entre as medidas do potencial de corrosão dos
corpos de prova nos estados úmido e seco é mais acentua-
da nas amostras de referência (0%), que, por possuírem uma
maior rede de poros capilares, apresentam maior capacidade
de absorção da solução contendo NaCl (sucção capilar) e uma
maior dificuldade em perder esta umidade (menor porosidade
total) em comparação às amostras contendo lama vermelha;
n
A presença da lama vermelha retarda o processo de despassi-
vação das barras.
5. Agradecimentos
CNPq — Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico
e Tecnológico.
PPGCEM / UFSCar — Programa de Pós Graduação em Ciência e
Engenharia de Materiais da Universidade Federal de São Carlos.
UA/DECV – Universidade de Aveiro / Departamento de Cerâmica
e Vidro – Projeto FCT-PTDC/CTM/65243/2006.
* Este projeto não teve suporte financeiro da ALCOA do Brasil.
6. Referências bibliográficas
[01]
IBRAM – Brazilian Mining Associa-
tion. Bauxita.
Disponível em:
<www.ibram.org.br/sites/1300/1382/00000033.pdf>.
Acesso em: 15 out. 2010.
[02] ROSKILL REPORTS. The Economics of Bauxite &
Alumina. Disponível em:
<www.roskill.co.uk/index.html>. Acesso em:
20 nov. 2010.
[03] SINGH, M.; UPADHAYAY, S.N.; PRASAD, P.M.
Preparation of special cements from red mud.
Waste Management, v. 16, n. 8, p. 665-670, 1996.
[04] AMRITPHALE, S.S. et al. A novel process for making
radiopaque materials using bauxite—Red mud.
Journal of the European Ceramic Society. v. 27, n. 4,
p. 1945-1951, 2007.
[05] AMRITPHALE, S.S.; PATEL, M. Utilisation of red mud,
fly ash for manufacturing bricks with pyrophyllite.
Silicates Ind, v. 2, n. 3, p. 31-35, 1987.
[06] VINCENZO, M.S.; RENZ, C.; STEFANO, M.;
GIOVANNI, C. Bauxite red mud in the ceramic
industry. Part 2: production of clay based ceramics.
Journal of the European Ceramic, v. 20, n. 3,
p. 245–252, 2000.
[07] YALCIN, N.; SEVNIC, V. Utilization of bauxite waste in
ceramic glazes. Ceramics International, v. 26, n. 5,
p. 485-493, 2000.
[08] ASOKAN, P.; SAXEAN, M.; ASOLEKAR, S.R. Coal
combustion residues-environmental implications and
recycling potentials. Resources, Conservation and
Recycling, v. 43, n. 3, p. 239-262, 2005.
[09] TSAKIRIDIS, P.E.; AGATZINI-LEONARDOU,
S.; OUSTADAKIS, P. Red mud addition in the raw
meal for the production of Portland cement clinker.
Journal of Hazardous Material, v. 116, n. 1-2,
p. 103-110, 2004.
[10] SINGH, M.; UPADHAYAY, S.N.; PRASAD, P.M.
Preparation of iron rich cement from red mud. Cement
and Concrete Research, v. 27, n. 7, p. 1037-1046,
1997.
[11] CABEZA, et al. Red mud as a corrosion inhibitor for
reinforced concrete. The Journal of Corrosion Science
and Engineering, v. 6, n. 32, p. 1-4, 2003.
[12] GORDON, J.N.; PINNOCK, W.R.; MOORE, M.M. A
preliminary investigation of strength development in
Jamaican red mud Composites. Cement and Concrete
Composites, v. 18, n. 6, p. 371-379, 1996.
[13] SANTOS, L. Avaliação da resistividade elétrica do
concreto como parâmetro para a previsão da iniciação
da corrosão induzida por cloretos em estruturas de
concreto. 161p. Dissertação (Mestrado em estruturas),
Departamento de Estruturas, Universidade de Brasília,
Brasília, 2006.