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IBRACON Structures and Materials Journal • 2012 • vol. 5 • nº 6
Pull Off test to evaluate the compressive strength of concrete: an alternative to Brazilian standard techniques
com um elevado grau de precisão é necessário ter em conta os
seguintes fatores: preparação da superfície a ensaiar, ligação dos
transdutores, método de seleção e colocação dos transdutores.
2.3 “Pull Off”
O ensaio “Pull Off” foi desenvolvido na Inglaterra, nos anos 70,
com o objetivo de determinar a resistência do concreto in loco,
devido a problemas relacionados com concretos produzidos com
cimentos de alto teor de alumina [5]. O ensaio tem sido usado
desde então com sucesso para avaliar a resistência de concretos.
Este método também pode ser usado para verificar a tensão de
aderência de materiais de reparo em peças de concreto [24].
O ensaio de “Pull Off” não é normalizado no Brasil, porém países
como Inglaterra e Estados Unidos reconhecem este método como
uma possibilidade em trabalhos de estimativa da resistência à
compressão em campo [13]. Esta metodologia tem revelado resul-
tados bastante consistentes e de grande confiança, além do que,
os resultados não satisfatórios são visíveis após o ensaio, através
da observação da superfície de ruptura.
Dada a sua grande simplicidade, o ensaio pode ser executado na
própria estrutura, inclusive sem planejamento anterior a concreta-
gem. A técnica é eficiente para ser utilizada em vigas e lajes, pois
o ensaio mostra-se também adequado para execução em elemen-
tos estruturais de pequena seção, sendo suficiente uma única face
de exposição do elemento para realização do ensaio. Outro ponto
importante é o fato de que o equipamento utilizado na execução
do “Pull Off” é o mesmo utilizado nos ensaios de aderência em
argamassas, já normatizado no Brasil a alguns anos, o que pode
facilitar sua aplicação.
O ensaio de “Pull Off” é baseado no conceito de que a força de
tração, necessária para arrancar um disco metálico colado a uma
camada da superfície de concreto, está relacionada com a re-
sistência à compressão do material [19]. No ensaio, a tração é
transmitida axialmente a uma peça metálica colada previamente
ao concreto. Depois de decorrido o tempo suficiente de cura da re-
sina (cola), uma força de tração é aplicada a este disco usando-se
re entre o pico (amplitude máxima) do pulso gerado no transdutor
emissor e a chegada do pico ao transdutor receptor.
O método da medição da velocidade de propagação de ultrassons
é provavelmente entre os ensaios não destrutivos aquele que tem
mais aplicações, por ser um ensaio fácil e rápido de executar.
Suas principais aplicações são a determinação da homogeneida-
de do concreto, avaliação da existência e estimativa da profun-
didade de fissuras, da existência de grandes vazios ou buracos,
estimativa da resistência à compressão e determinação do módulo
de elasticidade.
A velocidade do pulso das ondas longitudinais geradas é função
das propriedades elásticas do material – tais como módulo de elas-
ticidade e coeficiente de Poisson – e de sua densidade, conforme
citado por Castro et al. [19] e ACI 228.2R [20]. A dependência
entre as propriedades do material e o comportamento das ondas
que por ele passam permite correlação que pode ser usada, por
exemplo, para determinação da resistência mecânica do concreto.
Grullón et al. [21], em seu trabalho de avaliação da resistência
mecânica do concreto através do ultrassom para diferentes traços
de concreto e condições de umidade, obtiveram baixa sensibilida-
de do ensaio para essa avaliação. Para resistência dos corpos de
prova variando entre 41 e 64 MPa, a velocidade de propagação
do ultrassom variou entre 4425 a 4721 m/s, sendo valores muito
próximos, suscetíveis a erros experimentais.
Machado et al. [22], utilizando os ensaios de esclerometria, pene-
tração de pinos e ultrassom para determinação da resistência do
concreto, chegaram à conclusão que o ultrassom apresentou os
piores resultados quanto à correlação para obtenção da resistên-
cia. Popovics [23] cita que a estimativa da resistência não pode ser
obtida com grande precisão utilizando apenas o valor do ensaio
de ultrassom. O autor relata uma inexistência de relação teórica
entre as duas grandezas citadas, embora em outros ensaios isso
também ocorra.
A velocidade de propagação pode ser influenciada por vários fato-
res sendo os mais importantes o comprimento de percurso, dimen-
sões da peça a ensaiar, presença de armaduras, além da tempe-
ratura e do estado de umidade do concreto. Para obter resultados
Figura 3 – “Pull Off” Test: (a) Ensaio de arrancamento e (b) equipamento de ensaio