793
IBRACON Structures and Materials Journal • 2012 • vol. 5 • nº 6
P. W. G. N. TEIXEIRA | C. E. M. MAFFEI | M. C. GUAZZELLI
dada por, para determinação da força cortante resistente de cál-
culo referente à ruína das diagonais comprimidas de concreto.
Nessa expressão, os citados autores dizem que devem ser em-
pregados b
v
=D e d
v
=0,72D para seções circulares. Aplicando essa
expressão às vigas ensaidas pelos citados autores, obtém-se:
(1)
V = 0.25 × 25cm × 0.72 × 25 cm × 3.17kN/cm² = 356kN
rd2
Caso fosse empregado o conceito de área efetiva, obter-se-ia va-
lor ainda inferior o que indica que provavelmente o uso da área
efetiva deve ser associado a outros parâmetros:
(2)
V = 0.25 × 0.7 × × 3.17 = 272kN
rd2
2
π × 25
4
Dentre as dezesseis vigas ensaiadas, ao menos oito delas al-
cançaram valores maiores que 356kN, sendo que uma das vi-
gas apresentou ruptura com V
u,exp
=479kN – diferença de 34%.
Os autores não comentaram esse aspecto no artigo, mas é
interessante que se procure discutir tal resultado. Dentre es-
sas vigas que alcançaram valor de carga última que supera a
resistência ao esmagamento das bielas, a diferença ocorria
apenas na armadura transversal, e todas elas tinham armadura
longitudinal pesada, com taxa geométrica ρ=6,4%. A viga que
apresentou maior resistência tinha armadura transversal consti-
tuída por estribos duplos de 12mm com espaçamento de 10cm.
Referindo-se ao diâmetro (D=25cm), isso fornece taxa geomé-
trica de armadura transversal de aproximadamente 4x1,25cm²/
(25cmx10cm)=2%, o que é um valor elevado para uma viga
com f
ck
da ordem de 30MPa.Considerando-se os parâmetros
vigentes da ABNT NBR 6118, a taxa de armadura transversal
máxima seria da ordem de 1,2% em tal situação (ver Figura 6).
Os ensaios mostram, portanto, que em uma viga de seção cir-
cular o confinamento causado por estribos circulares pode au-
mentar a resistência ao esmagamento das bielas comprimidas.
Por outro lado, pode-se afirmar que para as taxas de armadu-
ras usuais a determinação de V
Rd2
com as dimensões b
w
=D e
d=0,72D, sugeridas pela AASHTO (2007), poderia conduzir a
valores razoáveis para vigas usuais.
2.2 Cálculo de V
c
A determinação da parcela da força cortante resistida por meca-
nismos complementares aos de treliça é bastante complexa. A fim
de comparar os poucos parâmetros disponíveis, serão aplicados
os procedimentos propostos por Merta [4] aos ensaios de Jensen
et al [2]. De acordo com [4], o valor de V
c
poderia ser estimado a
partir de:
(3)
V
c
= [3.7ρ
l
+0.18]× k × f´
c
×0.7A
g
√
Figura 5 – Definição de área efetiva
de seção circular de concreto armado
com armação distribuída uniformemente
conforme Merta & Kolbitsch [5]
Figura 6 – Ábaco auxiliar para determinação
de V conforme NBR 6118. Para determinação
Rd
de A têm sido propostos, na bibliografia
ef
2
consultada, os valores de 0,7A ou 0,72D
g