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IBRACON Structures and Materials Journal • 2012 • vol. 5 • nº 4
B. F. TUTIKIAN | M. PACHECO
A Tabela 1 apresenta a composição do traço para este método.
3.1.2 Método Repette-Melo [2]
O fluxograma para obtenção da mistura de CAA por este método
de dosagem é exposto na Figura 2.
O passo inicial para constituição da mistura de CAA é a compo-
sição da pasta, definindo a relação água/cimento e o volume de
adição de finos.
Para determinação da relação/água cimento, baseou-se como
premissa inicial a resistência à compressão em função da quan-
tidade de água e cimento utilizada em cada traço. Com isso para
definição de uma família de concreto, determinou-se inicialmente
três valores de relação água/cimento, uma para o traço pobre (a/c:
0,56), uma para o rico (a/c: 0,39) e outra para o traço intermediário
(a/c: 0,48), seguindo o conhecimento prévio dos materiais.
O teor de finos é determinado para cada relação água/cimento
especificada, sendo dosado em substituição ao cimento, em vo-
lume. O método ressalta que nesta etapa deverá ser utilizada a
percentagem de fíler passante pela peneira 0,075 mm. Como ma-
terial fino para proporcionamento da mistura de CAA, foi utilizada
a areia fina. Devido este material não possuir uma quantidade sig-
nificativa de partículas menores que 0,075 mm, não foi possível
incluí-lo na composição da pasta.
No próximo passo compõe-se a argamassa da mistura, definindo-
-se o teor de agregado miúdo em relação ao volume total de ar-
gamassa e após o teor base do aditivo superplastificante. O teor
de agregado miúdo foi ajustado apenas para uma relação água/
cimento, a intermediária, sendo o percentual encontrado adotado
para as demais.
Como premissa básica, o método indica que o volume de agre-
gado miúdo em relação ao volume total de argamassa deve ser
preferencialmente, não inferior a 35% e não superior a 55%.
Como agregado miúdo foi definido uma composição de areia regular
e a areia fina. Para a determinação de escolha dos percentuais des-
tes materiais tomou-se como base a curva granulométrica ótima dos
agregados. Apartir daí concluiu-se que o teor de agregado miúdo que
melhor se adaptou as curvas limites estabelecidas pelo método foi a
composição com 80% de areia regular e 20% de areia fina.
Para definir o teor de agregado miúdo, as argamassas foram ava-
liadas em razão do ensaio de espalhamento, adaptado para ar-
gamassa. Através deste ensaio o teor ideal de agregado miúdo
na composição da argamassa foi de 50% em relação ao volume
total, atingindo resultado satisfatório dos ensaios quando o teor de
aditivo foi de 0,20% (considerando apenas o teor de sólidos), pois
se obteve um tempo de escoamento de 4 segundos e um espa-
lhamento de 240 mm. Segundo o método, o teor ideal de aditivo é
aquele que resulta em diâmetro de espalhamento da argamassa
entre 200 e 280 mm e tempo de escoamento no funil-“V” entre 3,5
e 10 segundos.
Para determinação do teor de agregado graúdo empregou-se a
argamassa com teor intermediário de água/cimento, para a con-
fecção de uma mistura inicial para teste com 30% de agregados
graúdos, em relação ao volume total de concreto. O método pro-
põe um teor de agregado graúdo entre 27% e 33%, sendo o valor
ótimo aquele que resultar em resultados satisfatórios nos ensaios
de trabalhabilidade e atingir um percentual de até 0,3% de aditivo
(considerando apenas o teor de sólidos). Com isso adotou-se o
valor de 30%, o intermediário entre os limites propostos. A partir
deste percentual realizou-se uma mistura teste com o traço inter-
mediário a fim de verificar a aceitabilidade da proporção adotada,
levando em conta a quantidade inicial de aditivo determinada na
fase da argamassa.
Como agregado graúdo, foi utilizado uma mistura de 50% de brita
25 mm e 50 % de brita 19 mm. Estes percentuais foram adotados
com base nas análises granulométricas realizadas das britas.
A Figura 3 mostra a curva granulométrica dos agregados graúdos
e miúdos, conforme os percentuais adotados e as curvas limites
impostas pelo método para a determinação do arranjo granulomé-
trico. Como se pode perceber na Figura 3, a curva granulométrica
resultante da mistura dos agregados utilizados para a mistura está
dentro dos limites recomendados pelo método. Caso não fosse
possível enquadrar alguma composição dos agregados nas cur-
vas limites, seria necessário especificar outros materiais com ca-
racterísticas granulométricas diferentes e que possibilitassem a
viabilidade da mistura.
Segundo o método, o teor de aditivo na argamassa representa
um bom indicativo do resultado que será alcançado no concreto.
Figura 3 – curva granulométrica da
composição dos agregados utilizados
no método Repette-Melo [2]
Figura 4 – Fluxograma de dosagem
método Tutikian & Dal Molin [3]