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IBRACON Structures and Materials Journal • 2012 • vol. 5 • nº 6
Pull Off test to evaluate the compressive strength of concrete: an alternative to Brazilian standard techniques
mínima de um diâmetro dos bordos do elemento a ser ensaiado.
O material das pastilhas utilizadas no ensaio é o alumínio e suas
dimensões são 25 mm de altura e 50 mm de diâmetro.
O ensaio foi realizado com corte superficial de 5 mm de profundi-
dade seguindo a dimensão do disco metálico. A execução do corte
foi feita para evitar a influência das condições da superfície do
concreto, como no caso das superfícies carbonatadas.
Antes de iniciarem-se à colagem dos discos metálicos na superfí-
cie do concreto, as superfícies foram preparadas de modo a obter-
-se uma boa aderência. Este procedimento é adotado principal-
mente para retirada da nata presente na superfície do concreto e
para tornar o agregado aparente. Um cuidado foi tomado para que
o local de colagem estivesse liso o suficiente para garantir que a
cola estivesse presente em toda a superfície do contato entre a
pastilha e o concreto, garantindo que a força aplicada fosse uni-
forme em toda a área de colagem. Para regularização deste local
utilizou-se uma lixadeira com lixa fina. A colagem foi feita com uma
camada fina de cola e o excedente que se concentrou à volta do
disco foi retirado ainda no estado fresco, garantindo assim que
a superfície de ruptura tivesse a área do disco. Utilizou-se como
cola uma resina epóxi com cura de 24 horas.
4. Resultados e discussões
Inicialmente os resultados obtidos com os ensaios propostos no
programa experimental foram tratados estatisticamente com o ob-
jetivo de eliminar valores espúrios, que poderiam comprometer a
validade das análises.
Para os ensaios de esclerometria foram determinadas nove leitu-
ras em cada corpo de prova, sendo considerado válida a leitura
obtida quando pelo menos cinco valores individuais não diferiram
da média em mais de 10 %. Seguindo recomendações da NBR
7584 [11], os valores fora do limite foram descartados e a média
foi recalculada somente com os valores válidos. Como este ensaio
foi executado em cinco corpos de prova do mesmo concreto, ao
fim do tratamento preliminar o resultado final foi calculado pela
média simples dos valores finais obtidos das amostras válidas.
Para os corpos de prova cilíndricos e prismáticos ensaiados a
compressão simples considerou-se os valores de resistência
como sendo a média entre os seis resultados de cada ensaio para
cada concreto estudado. Os resultados do ensaio de velocidade
de propagação de ultrassom, tanto nos corpos de prova cilín-
drico quanto prismáticos, foram obtidos pela média das leituras
feitas nos seis corpos de prova. Para o ensaio de “Pull Off” não
existe normalização brasileira, sendo neste trabalho utilizadas as
recomendações da BS 1881 part 207 [13]. Foram ensaiadas em
cada placa nove pontos, sendo considerada válida a leitura obtida
quando pelo menos seis valores individuais não diferiram da mé-
dia em uma vez o desvio padrão. Todas as placas estavam dentro
deste limite. A resistência ao arrancamento foi obtida com a média
dos valores válidos após o tratamento inicial. Os valores médios
de resistência à compressão e de velocidade de ultrassom, bem
como os valores de “Pull Off” e esclerometria após o tratamento
preliminar estão apresentados na Tabela 3.
De posse dos dados organizados na Tabela 3 foram elaborados
gráficos para demonstrar as correlações entre os ensaios e a re-
sistência à compressão dos corpos de prova cilíndricos e prismá-
ticos para os três traços de concreto estudados. A Figura 9 refere-
-se as correlações entre a resistência à compressão simples e o
índice esclerométrico.
No Brasil, sem dúvidas, o ensaio de esclerometria é o ensaio não
destrutivo mais popular, porém vários pesquisadores questionam
a eficiência do método para avaliar precisamente a resistência do
concreto. Ao analisar-se os resultados obtidos com os ensaios de
esclerometria pode-se visualizar uma relação direta entre os valo-
res de resistência à compressão do concreto e de índice esclero-
métrico. Por outro lado, esta correlação mostra-se fraca (R²≈0,60)
quando utilizado para a análise com corpos de prova cilíndricos,
como normalizado no Brasil.
Para os ensaios de esclerometria aplicados em corpos de prova
prismáticos a correlação aumenta consideravelmente (R²=0,92).
Uma justificativa possível para esta diferença pode ser o fato de
que no ensaio em corpos de prova cilíndricos, o impacto do escle-
rômetro é aplicado em uma superficie que não é plana, diferente
do caso de corpos de prova prismáticos. Acredita-se que isto pos-
sa interferir negativamente nos resultados, porém estudos ainda
precisam ser realizados para melhor entender esta influência, uma
vez que as incertezas a respeito da eficiência do ensaio de escle-
rometria permanecem.
Figura 10 – Correlação entre os ensaios de Ultrassom
e resistência a compressão em
corpos de prova cilíndricos e prismáticos
Figura 11 – Correlação entre os ensaios
de “Pull Off” e resistência a compressão
em corpos de prova cilíndricos e prismáticos