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IBRACON Structures and Materials Journal • 2012 • vol. 5 • nº 6
Time for concrete casting: a new paradigm
1. Introdução
O tempo de transporte do concreto decorrido entre o início da mis-
tura, a partir do momento da primeira adição da água, até a entre-
ga do concreto deve ser, segundo a NBR 7212:
a) fixado de forma que o fim do adensamento não ocorra após o
início de pega do concreto lançado e das camadas ou partes
contíguas a essa remessa;
b) inferior a 90 min e fixado de maneira que até o fim da descarga
seja de no máximo 150 min, no caso do emprego de veículo
dotado de equipamento de agitação;
c) inferior a 40 min e fixado de maneira que até o fim da descarga
seja de no máximo 60 min, no caso de veículo não dotado de
equipamento de agitação.
O transporte do concreto pré-misturado para o canteiro de obra
deve ser feito o mais rápido possível para minimizar os efeitos
do enrijecimento e da perda de trabalhabilidade e não dificultar,
após o lançamento, o adensamento e o acabamento apropria-
dos. Sob condições normais, geralmente há uma perda despre-
zível da consistência durante os primeiros 30 minutos após o
início da hidratação do cimento Portland. Quando o concreto
é mantido em reduzido estado de agitação ou remisturado pe-
riodicamente, pode ocorrer alguma perda de abatimento com o
tempo que, geralmente, não representa qualquer tipo de proble-
ma sério para o lançamento e adensamento do concreto fresco
durante os primeiros 90 minutos (Mehta e Monteiro, 2008). Caso
esse tempo seja ultrapassado pode-se ainda utilizar a adição de
aditivos plastificantes e/ou superplastificantes para se recuperar
o abatimento do concreto para o posterior lançamento e adensa-
mento, pois a correção do abatimento com água ocasiona gran-
de prejuízo às propriedades mecânicas.
A trabalhabilidade do concreto é a propriedade que determina o
esforço exigido para manipular uma quantidade de concreto fres-
co, com perda mínima de homogeneidade. O termo manipular in-
clui as operações de primeiras idades como o lançamento, aden-
samento e acabamento (Mehta e Monteiro, 2008).
A mudança de estado fluído para um estado rígido, em termos
gerais, é definida como pega (NEVILLE, 1995). Pega é o termo
empregado para designar o
enrijecimento
da pasta de cimento,
embora seja arbitrária a definição do enrijecimento da pasta. Enri-
jecimento é a perda de consistência da pasta plástica de cimento.
Segundo MEHTA e MONTEIRO (1994), o que causa o enrijeci-
mento da pasta, e finalmente, a pega e o endurecimento é a perda
gradual da água livre devido às reações de hidratação, à adsorção
física na superfície dos produtos de hidratação de baixa cristali-
nidade (como o C-S-H e a etringita) e à evaporação. O início de
pega marca o tempo em que a pasta se torna não trabalhável. Por
conseqüência, o lançamento, a compactação e o acabamento do
concreto, após este estágio, se tornam difíceis.
A pasta não se solidifica repentinamente, necessita de um tempo
considerável para se tornar totalmente rígida. O tempo necessário
para solidificar completamente marca o tempo de fim de pega, que
não deve ser longo para permitir, o quanto antes, a retomada das
atividades construtivas, após o lançamento do concreto (MEHTA
e MONTEIRO, 2008).
Os termos início e fim de pega são usados para descrever arbi-
trariamente estados escolhidos da pega. Embora durante o inter-
valo de início e fim de pega, a pasta adquira certa resistência, do
ponto de vista prático, o desenvolvimento de resistência da pasta
é considerado depois do fim de pega, quando então se inicia o
endurecimento (NEVILLE, 1995).
O ensaio padrão para determinação dos tempos de pega é re-
alizado usando o teste de penetração de uma agulha. O ensaio
é realizado quase universalmente com o aparelho de
Vicat
, que
mede a resistência de uma pasta de cimento à penetração de
uma agulha, com massa padrão. No Brasil, o método de ensaio
é prescrito pela NBR NM 65 (2002). O tempo de início de pega
é designado como o tempo decorrido desde que a água foi adi-
cionada ao cimento até o momento no qual a agulha de
Vicat
,
com diâmetro e massa padrão, penetra na pasta de consistên-
cia normalizada e estaciona a (4±1) mm do fundo da placa base
do ensaio. Portanto é necessário determinar, para cada cimen-
to, o teor de água da pasta que produza a consistência padro-
nizada (NBR NM 67, 1998). O tempo de fim de pega é definido
como o intervalo de tempo transcorrido desde a adição de água
Figura 1 – Representação esquemática das noções da teoria da percolação
segundo ACKER (1988) apud SILVA (2007)