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IBRACON Structures and Materials Journal • 2013 • vol. 6 • nº 2
R. MASCOLO | A. B. MASUERO
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D. C. C. DAL MOLIN
Para determinação do teor de agregado graúdo separou-se uma
amostra por ponto, com volume em torno de 2l, a partir da amostra
principal de 20l, na qual se adicionava retardador de pega para
que a mistura permanecesse em estado fresco por longo período,
até o seu transporte para laboratório.
A lavagem das amostras de concreto fresco, para determinação
do teor de agregado graúdo, era realizada em laboratório devi-
do à necessidade de balança de precisão não disponível na obra
usualmente. Para determinação do teor de agregado graúdo, a
amostra era pesada integralmente e então encaminhada para la-
vagem com água corrente sob a peneira de malha 4,8mm. Após, o
material retido permanecia na peneira até perder todo excesso de
água e posteriormente era pesado, conforme recomendação da
ASTM C94/C94M [11].
A moldagem dos corpos-de-prova cilíndricos, de dimensões 9,5
x 19 cm (embora fora do padrão usual de 10 x20 cm mantém a
proportação de 1:2), foi realizada com adensamento manual com
haste metálica, conforme as recomendações da NBR 5738 [16].
Os exemplares permaneciam por um período de 24 horas no can-
teiro de obras, protegidos da exposição direta aos raios solares
pelo cobrimento com compensado de madeira, sendo então trans-
portados para laboratório, onde eram desmoldados e identifica-
dos. Após essas etapas os corpos-de-prova eram encaminhados
para cura submersa em água saturada com cal, dentro de câmara
úmida com temperatura de 23±2°C.
Um dia antes da data de ruptura os exemplares eram retirados da
cura para preparação das bases antes do ensaio à compressão.
Os corpos-de-prova de uma mesma amassada eram sempre des-
moldados, colocados e retirados da cura, preparados para ensaio
de resistência à compressão, e ensaiados em curtos períodos de
tempo para reduzir qualquer possível influência de outros fatores.
3. Resultados e discussões
Na tabela 1 são apresentados os resultados de abatimento de
tronco de cone, de resistência à compressão e teor de agregado
graúdo para cada um dos 5 pontos analisados em cada um dos
13 lotes de concreto usinado. A figura 1 mostra as variações de re-
cos, como temperatura e umidade relativa, e sobre o tempo de
mistura e número de rotações da betoneira.
O concreto utilizado na pesquisa tinha traço especificado com
resistência de 35MPa para idade de 28 dias, consistência de
120±20mm e agregado graúdo com Dmáx: 9,5mm. O traço forne-
cido pela concreteira em nota fiscal (NF), para 8m
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foi: CPV-ARI
RS - 2600kg, POZOLANA – 468kg, AREIA FINA - 1472kg, AREIA
MÉDIA - 4552kg, BRITA 0 - 8648kg, ÁGUA - 1520l, ADITIVO PO-
LIFUNCIONAL - 26,00kg. Em proporção unitária, na ordem aglo-
merante, areia, brita e relação a/c, o traço é: 1:1,964:2,819:0,495.
Para cada um dos 5 pontos de coleta por amassada (lote) foi reali-
zada: (1) determinação do abatimento de tronco de cone conforme
as especificações da NBR NM 67 [15], (2) moldagem e ensaio
de compressão axial de corpos-de-prova, seguindo as prescrições
da NBR 5738 [16] e NBR 5739 [17] e (3) determinação do teor
de agregado graúdo conforme as recomendações da ASTM C94/
C94M [11].
Considerando que o objetivo principal da pesquisa é verificar a va-
riabilidade da resistência à compressão e de propriedades físicas
de concretos usinados dentro de um mesmo lote, tem-se na coleta
das amostras de diversas amassadas uma das etapas fundamen-
tais para o desenvolvimento do trabalho. Na pesquisa, cada lote
é definido como o volume de concreto de uma mesma amassada,
assim os lotes tem entre 7 e 8 m
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, que é a capacidade máxima dos
caminhões betoneiras utilizados na região.
Para realização dos ensaios foram retiradas cinco amostras de
concreto fresco em cada um dos treze lotes: uma logo no início
da descarga (ponto 1), outra no terço inicial (ponto 2), a terceira
no terço médio (ponto 3), a penúltima no terço final (ponto 4)
e a última próximo ao final da descarga (ponto 5). Em termos
percentuais, os pontos amostrais descritos anteriormente foram
coletados, aproximadamente, após a descarga de 5%, 25%, 50%,
75% e 95% do volume total do caminhão betoneira.
Durante a descarga do concreto não se tinha precisamente o real
volume descarregado, então os pontos de coleta foram determi-
nados a partir da experiência do responsável pela operação de
amostragem, assim os pontos reais de coleta variam em torno dos
percentuais citados anteriormente.
A coleta das amostras de concreto foi efetuada no canteiro de
obras, diretamente no local de descarga, em baldes de 20l, sem
interrupção do fluxo de descarga do material. Utilizou-se uma pá
para auxiliar na coleta devido à impossibilidade de deslocar a calha.
Tão logo o término das coletas, as amostras, devidamente arma-
zenadas, cobertas e identificadas, eram encaminhadas para o lo-
cal de ensaio, moldagem e preparação das amostras, dentro do
canteiro de obras. Inicialmente, na primeira porção coletada do
ponto em questão, era realizado ensaio de abatimento de tronco
de cone, moldagem dos corpos-de-prova e preparação de amos-
tras para posterior lavagem fora do canteiro de obras. Os mesmos
procedimentos ocorriam para as porções dos pontos seguintes,
obedecendo a ordem de coleta. Assim, o ponto inicial era ensaia-
do primeiro, seguido do segundo, terceiro, quarto e do último, que,
por conseqüência, permanecia um maior tempo armazenado.
Cada exemplar, representativo de um ponto de coleta, era composto
por três corpos-de-prova, ou seja, um a mais que preconizado pela
NBR 12655 [13], e normalmente realizado em controle de qualida-
de. Essa escolha sobre o número de corpos-de-prova foi adotada
visando obter maior segurança para os resultados e para avaliação
da uniformidade e eficiência das operações de ensaio e controle.
Figura 1 – Resistência à compressão dos corpos-de-prova