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IBRACON Structures and Materials Journal • 2013 • vol. 6 • nº 2
R. MASCOLO | A. B. MASUERO
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D. C. C. DAL MOLIN
maior teor de agregado graúdo no ponto inicial corrobora com as
declarações de HELENE [19] e RECENA [20] de que há concen-
tração de agregado graúdo no inicio da descarga.
A partir dos resultados de resistência à compressão dos corpos-
-de-prova e do teor de agregado graúdo foi realizado tratamento
estatístico para determinar a significância das variações entre lo-
tes de mesmo traço e a influência dos diferentes pontos de coleta
sobre a resistência à compressão do concreto. Na tabela 5 e 6
tem-se a analise de variância para a resistência à compressão,
considerando os três resultados por exemplar, e para o teor de
agregado graúdo, respectivamente.
Com base na análise de variância da resistência à compressão,
verificou-se diferença significativa entre os lotes e não significativa
entre os pontos, para um nível de confiança de 95%, ou seja, há
variação de resistência à compressão conforme o lote avaliado,
enquanto para o ponto de coleta não há interferência se o ponto é
retirado no inicio, meio ou final da descarga. Para o teor de agre-
gado graúdo constatou-se a existência de diferença significativa
entre os lotes e os pontos.
4. Conclusões
As dispersões de resistência à compressão dentro dos lotes, de
modo geral, ficaram concentradas na faixa de ±5%, com igual dis-
tribuição do número de ocorrências de valores acima e abaixo em
relação ao ponto de referência (central, P3). Visto a ocorrência
dos mais variados perfis de variações entre os diferentes pontos,
não foi possível identificar um perfil para representar as variações
de resistência à compressão ao longo da descarga.
A partir de análise estatística verificou-se variação não significati-
va entre os pontos de um mesmo lote e com base nos critérios da
ABECE [14], em que a diferença aceitável entre os pontos é de
15%, constatou-se também a inexistência de diferença entre os
pontos de coleta para resistência à compressão.
Com base em tais resultados não é possível afirmar que as amos-
tras retiradas da porção intermediária, conforme prescrição das
normas NBR NM 33[10] e NBR 7212 [9], têm melhor representati-
vidade do lote em relação à resistência à compressão.
Para o teor de agregado graúdo visualiza-se uma maior concen-
tração do teor de brita nos pontos extremos, inicial e final, e as
variações nos teores estão normalmente dentro da faixa de ±5%
em relação ao ponto central P3. Estatisticamente há diferença sig-
nificativa do teor de agregado graúdo ao variar os pontos de coleta
e entre os lotes de mesmo traço.
Ao avaliar a consistência do concreto usinado ao longo dos cinco
pontos de coleta durante a descarga do caminhão betoneira po-
de-se notar um redução linear do abatimento de tronco de cone
do ponto inicial ao ponto final, o que indica uma provável influên-
cia do tempo de ensaio sobre o resultado, visto que as amostras
foram ensaiadas na ordem de coleta e havia uma diferença de
pelo menos 30 minutos entre a utilização da amostra do primeiro
ponto para o último. As amplitudes de variações de consistên-
cia dentro dos lotes foram compatíveis aos limites tolerados pela
NBR 7212 [9].
Visto a ausência de um perfil claro para o comportamento de re-
sistência à compressão conforme a variação dos pontos de cole-
ta, como ocorre para o teor de agregado graúdo e abatimento de
tronco de cone, não foi possível identificar uma correlação entre
os resultados de tais propriedades.
5. Agradecimentos
Ao NORIE – Núcleo Orientado para a Inovação da Edificação da
UFRGS – Universidade Federal do Rio Grande do Sul, por todo
apoio prestado no desenvolvimento da pesquisa.
6. Referências bibliográficas
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