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IBRACON Structures and Materials Journal • 2013 • vol. 6 • nº 2
C. M. PALIGA | M. V. REAL
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A. CAMPOS FILHO
4.2.3 Viga reforçada com três camadas de PBO-FRCM
Segundo Ombres [1], a carga de ruptura da viga reforçada com
três camadas de PBO-FRCM foi de 71,39kN, com ruptura causada
pelo descolamento do sistema de reforço em relação ao substrato
de concreto. A carga de ruptura obtida numericamente através do
modelo de elementos finitos foi de 72,75kN, estabelecendo uma
diferença de +1,90% em relação ao valor experimental.
Na Figura 11 são apresentadas as curvas carga x deslocamento
obtidas experimentalmente e numericamente. Através da Figura
12 podem ser comparados os valores obtidos experimentalmente
e numericamente para a variação da deformação de compressão
no concreto (ponto de integração próximo ao nó 77) e para a máxi-
ma deformação de tração no reforço (ponto de integração próximo
ao nó 94) conforme o aumento da carga aplicada.
4.3 Discussão dos resultados obtidos
Na Figura 13 podem ser observados os comportamentos das três
vigas analisadas numericamente na série S
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, em termos de des-
locamentos máximos, conforme o aumento das cargas aplicadas.
Verifica-se a eficácia do sistema de reforço, devido ao aumento
nas cargas de ruptura, conforme o aumento no número de ca-
madas de reforço. Também, que as vigas apresentam níveis de
ductilidade satisfatórios. Na viga que a ruptura se deu por esma-
gamento do concreto (uma camada), o mesmo se deu após o es-
coamento da armadura tracionada.
Fazendo-se uma análise do comportamento das vigas reforçadas,
nota-se que a maior influência da taxa de reforço se dá após o
escoamento da armadura interna tracionada, quando realmente
se mobiliza a capacidade resistente do reforço.
É importante observar que houve um aumento de resistência de
aproximadamente 32% da viga reforçada com duas camadas de
PRO-FRCM em relação à viga reforçada com uma camada de
PBO-FRCM. Comparando-se o aumento de resistência da viga re-
forçada com três camadas em relação à reforçada com duas cama-
das o acréscimo foi de aproximadamente 6%. Percebe-se, desta
forma, que o aumento de 50% da área de reforço (13,5mm
2
para
20,25mm
2
) contribuiu muito pouco para o aumento de resistência
da viga. Isso é facilmente explicado pelo fato do modo de ruptura
destas vigas ser o descolamento do sistema de reforço, chegando-
-se a conclusão que o aumento de camadas de reforço pode levar
a ruptura prematura das vigas por descolamento do reforço, com
subaproveitamento da capacidade resistente do material.
Na Figura 14 são apresentadas as variações das tensões de
aderência ao longo da interface concreto/reforço, obtidas nume-
Figura 12 – Curvas carga x deformação no
centro do vão para a Série S – três camadas
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Figura 13 – Curvas carga x deslocamento
(nó 73 – Figura 4) para a Série S
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Figura 14 – Tensões de aderência
concreto/reforço