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IBRACON Structures and Materials Journal • 2013 • vol. 6 • nº 2
A. C. MARQUES | T. N. BITTENCOURT | M. P. BARBOSA
lizados os resultados obtidos experimentalmente de resistência à
compressão e módulo de elasticidade.
Além da compatibilização dos dados de entrada dos modelos,
também é necessário estabelecer critérios para sua compara-
ção. Um método difundido na literatura é o proposto por Bažant e
Panula [16]. Os autores desenvolveram um coeficiente estatístico,
utilizado para a comparação entre os resultados experimentais e
os modelos de previsão(
w
B3
). De acordo com Bažant e Baweja
[16], é considerada como boa aproximação os modelos que pos-
suem um coeficiente de até 25%.
3. Resultados e discussões
Os resultados referentes aos ensaios de caracterização do con-
creto no estado fresco (espalhamento, tempo de escoamento T
500
,
caixa-L e funil-V) são mostrados na Tabela 4. Como podem ser
vistos, os resultados de espalhamento, funil-V e caixa-L estão de
acordo com os tipos de concretos prescritos pela NBR 15823-2
[7], NBR 15823-5 [9] NBR 15823-4 [8] para concretos de classe
SF1, VS2, VF2 e PL2.
A caracterização no estado endurecido foi feita através de ensaios
de resistência à compressão, resistência à tração, módulo de elasti-
cidade e fluência por secagem. A média do ensaio de três corpos de
prova referentes aos três primeiros ensaios é mostrada na Tabela 5.
Esta caracterização é feita para avaliar o comportamento do ma-
terial ao longo do tempo e para fornecer dados para a alimentação
dos modelos de previsão de fluência, utilizados neste trabalho.
Os ensaios de fluência por secagem e retração por secagem (cor-
pos de prova de acompanhamento) foram feitos tanto em corpos
de prova deixados dentro da câmara climatizada (umidade de
60±4% e temperatura de 23±1ºC) quanto em corpos de prova fora
da câmara climatizada (com variação de umidade e temperatura).
A partir desta comparação é possível verificar a influência das de-
formações dos corpos de prova ao longo do tempo em relação a
um ambiente controlado.
A nomenclatura adotada para os corpos de prova apresenta a se-
guinte ordem: condição de ensaio (umidade e temperatura cons-
tante – Cam ou variação de umidade e temperatura – Fora cam),
idade de carregamento ou início da secagem (14 dias – 14 ou 49
dias – 49), número do corpo de prova de fluência ( corpo de prova
1 – 1 ou corpo de prova 2 – 2).
As deformações medidas tanto para os corpos de prova de fluên-
cia por secagem quanto para os de retração por secagem podem
ser vistos na Figura 5.
Como podem ser observadas na Figura 5, as deformações por
fluência dos corpos de prova que foram carregados aos 14 dias, e
que permaneceram dentro da câmara climatizada, possuem maior
deformação total (aproximadamente 22
00me
) do que os corpos de
prova que ficaram fora da câmara climatizada (aproximadamente
1800
me
). Esta diferença pode ser atribuída principalmente à umida-
de do ambiente, já que a temperatura média fora da câmara climati-
zada para o primeiro mês de carregamento dos corpos de prova foi
de 20ºC. Neste mesmo período, a umidade média do ambiente para
o primeiro mês de ensaio foi de 68%, enquanto a umidade média
durante o mesmo período dentro da câmara climatizada foi de 60%.
Em relação aos resultados de fluência para o segundo carrega-
mento, observam-se que os resultados dos corpos de prova den-
tro da câmara climatizada e fora da câmara climatizada estão
próximos entre si, apresentando diferença de aproximadamente
200
me
. Durante o primeiro mês de ensaio dos corpos de prova
carregados aos 49 dias, a umidade do ambiente foi de 64%.
Comportamento semelhante pode ser observado na Figura 6,
que apresenta as curvas experimentais para a função de fluência.
Como mencionado anteriormente, durante o período do segundo
carregamento a umidade relativa do ambiente em relação à da câ-
mara climatizada apresentou diferença de aproximadamente 4%,
que está dentro do limite aceito de variação de umidade dentro
da câmara climatizada. Isto refletiu nos resultados experimentais
através da proximidade entre as curvas de deformação e coefi-
ciente de fluência mostrados nas Figuras 5 e 6.
Figura 6 – Função de fluência para
os dois carregamentos
0
50
100
150
200
250
300
350
400
0
20
40
60
80
100
120
140
Função de fluência (

)
Tempo (dias)
Fora cam-14
Cam-14
Fora cam-49
Cam-49
Figura 7 – Comparação entre os resultados
experimentais e os dos modelos de previsão para
os corpos de prova que permaneceram dentro da
câmara climatizada e foram carregados aos 14 dias
0
50
100
150
200
250
300
350
400
0
20
40
60
80
100
120
140
Função de fluência (

)
Tempo (dias)
ACI-50
B3
EC2
GL
NBR-50
ACI-280
NBR-280
Experimental
1...,60,61,62,63,64,65,66,67,68,69 71,72,73,74,75,76,77,78,79,80,...190