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IBRACON Structures and Materials Journal • 2013 • vol. 6 • nº 3
R. N. F. do Carmo | J. Valença | D. Dias-da-Costa
gem, o campo de deslocamentos é obtido com uma precisão infe-
rior a 0,05 mm. Assim, para medir extensões com uma precisão de
0,5%, valor aceitável para caracterizar o processo de formação de
fendas, a distância mínima entre os alvos deve ser de 20 mm = 2
x 0,05 / 0,5% (Dias-da-Costa
et al.
[3]). Os alvos foram colocados
numa grelha de 20 x 20 mm
2
, pintados na superfície da viga, na
face oposta à colocação da instrumentação tradicional.
As imagens foramadquiridas comumacâmaradigital colocadanumtripé
a cerca de 1,75mda viga. Foi utilizado umdisparador remoto para evitar
qualquer vibração do sistema de aquisição fotográfico. Todas as fotogra-
fias foram adquiridas com o máximo de resolução, i.e., 4608×3072 pixel.
Antes do início do ensaio foi registada uma sequência de 10 imagens
como objectivo de avaliar o erro dométodo na orientação e atribuição de
escala às imagens. Esta fase foi considerada a referência para o ensaio.
Durante o ensaio, foram adquiridas imagens sempre que se justificou.
Neste estudo, foramseleccionadas quatro imagens, correspondentes às
etapas mais relevantes do ensaio (Fig. 6).
4.3 Análise do erro
Como referido, as 10 imagens registadas imediatamente antes do
início do ensaio experimental foram usadas para estimar o erro da
homografia e a precisão das coordenadas de cada. Neste caso, a
homografia introduz um erro médio de 0,236 mm e 0,315 mm para
um intervalo de 95% de confiança, enquanto o erro na detecção
dos alvos é 0,031 mm, em média, e 0,046 mm para um interva-
lo com 95% de confiança (Fig. 7). O erro na determinação dos
deslocamentos, obtidos pela diferença de coordenadas entre as
etapas seleccionadas, corresponde apenas ao erro na detecção
dos alvos. Considerando o espaçamento adoptado para os alvos,
o erro no campo das extensões foi cerca de 0,3%.
5. Análise de resultados
5.1 Resultados preliminares
Os deslocamentos verticais obtidos através da fotogrametria fo-
ram comparados com os valores obtidos com a monitorização tra-
dicional. Verificou-se que as diferenças são relativamente peque-
nas entre os dois métodos, em média 6% (Tabela 1).
A partir dos deslocamentos medidos em cada alvo é possível cal-
cular o campo de extensões (ver Secção 3.1). Na Figura 8, corres-
Figura 8 – Fendilhação e extensões (etapa 3)
Padrão de fendilhação
Mapa da primeira extensão principal
A
B
Figura 9 – Relação momento-curvatura média determinada usando os LVDTs horizontais
1...,138,139,140,141,142,143,144,145,146,147 149,150,151,152,153,154,155,156,157,158,...167