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IBRACON Structures and Materials Journal • 2013 • vol. 6 • nº 3
R. N. F. do Carmo | J. Valença | D. Dias-da-Costa
pondente à etapa 3, constata-se que a evolução das extensões,
determinado com o processamento de imagem, está de acordo
com o padrão de fendilhação (ver Secção 3.2). Adicionalmente, o
processamento de imagem pode ser usado para medir a largura
das fendas em cada etapa do ensaio. Esta informação será utiliza-
da para determinar a rotação na Secção 5.3.
5.2 Determinação da curvatura
A curvatura média na região de flexão pura pode ser determinada
através da parábola que melhor se ajusta aos deslocamentos ver-
ticais. A curvatura determina-se directamente pela 2ª derivada da
equação da parábola. Para este efeito, a fotogrametria apresenta
uma vantagem significativa, pois permite o registo de deslocamen-
tos num número elevado de secções, obtendo-se uma aproxima-
ção fidedigna para a equação da parábola.
A curvatura média pode também ser determinada medindo o encurta-
mento e o alongamento horizontais da região de flexão pura. Como já
foi referido, foram utilizados dois LVDTs horizontais com o objectivo
de medir essas deformações. Conhecendo a distância vertical entre
os eixos dos LVDTs e a distância horizontal entre os pontos de leitu-
ras, pode determinar-se as extensões médias e, consequentemente,
a curvatura. Na Figura 9 apresenta-se a relação momento-curvatura
para região de flexão pura (com 800 mm), identificando-se o início da
cedência das armaduras, a etapa 3 e a etapa 4.
A curvatura, para uma secção específica e numa dada etapa, é de-
terminada com base nas extensões medidas ao longo da altura da
secção. Numa primeira fase, é necessário determinar a recta que
melhor se ajusta ao desenvolvimento das extensões. Na Figura 10,
apresenta-se a evolução das extensões e o cálculo da curvatura para
as 4 etapas consideradas na análise, numa secção a 50 mm do limite
esquerdo da região em flexão pura. Verifica-se que não existe uma
linearidade perfeita entre as extensões, porque as secções durante
a deformação não se mantêm planas devido à fendilhação do betão.
Recorda-se que a utilização de alongâmetros e demecs apenas
permitem obter a curvatura média em troços com 100 ou 200 mm
(valores limitados pelo comprimento dos alongâmetros) e não a
curvatura numa secção específica (Carmo e Lopes [19]). Uma
outra desvantagem do uso do alongâmetro comparativamente à
fotogrametria é o tempo exigido para a realização das leituras.
A fotogrametria permite uma análise detalhada da curvatura, pois
o espaçamento entre miras pode ser bastante reduzido, neste
caso foi 20 mm. A evolução tão pormenorizada da curvatura ao
longo do eixo da viga permite analisar a influência do betão entre
Figura 12 – Rotação plástica usando o método 1
Etapa 3
Etapa 4
A
B
Figura 13 – Largura das fendas e profundidade do eixo neutro em mm (etapa 3)